O Comitê de Bacia da Baía da Ilha Grande realiza seminário sobre perdas de água



O Comitê de Bacia Hidrográfica da Baía da ilha Grande (CBH BIG) realiza amanhã, dia 30 de novembro, o primeiro seminário do setor usuários de água da bacia, na Hospedagem I da Eletronuclear, localizada na Praia Brava, Angra dos Reis – RJ. O objetivo é reunir usuários dos recursos hídricos da baía da Ilha Grande para debater e a trocar conhecimento sobre novas tecnologias de prevenção de perdas no sistema de abastecimento. Organizações como Águas de Paraty, Eletronuclear, SAAE, AGENERSA, INEA, DAE, Condomínio Laranjeiras, Transpetro, Defesa Civil de Paraty e o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos estão confirmadas.

As perdas de água, ou seja, o desperdício da água, é um grande desafio no Brasil. Segundo um estudo publicado em 2022 pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento e a Water.org, o volume de água perdida nos sistemas de distribuição no Brasil equivale a 7,8 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente ou mais de sete vezes o volume do Sistema Cantareira – maior conjunto de reservatórios para abastecimento do Estado de São Paulo. Trata-se de uma quantidade suficiente para abastecer mais de 60 milhões de pessoas em um ano.

Sabendo da problemática, seguindo ainda as diretrizes da Política Nacional de Saneamento Básico e os Planos Municipais de Saneamento Básico dos municípios de Angra dos Reis e Paraty, o Plano de Recursos Hídricos do CBH BIG prevê em seu programa de proteção das águas a articulação de um plano de redução de perdas nos sistemas de abastecimento.

De acordo com o Plano de Recursos Hídricos do Comitê, do consumo total de água na região, o abastecimento público é o uso consuntivo mais importante, respondendo por 73,5% do total, equivalente a cerca de 4.719.780 litros de água por hora. Ou seja, com os atuais índices de perda do Brasil, cerca de 2 milhões de litros de água não chegam ao seu destino. Em seguida vem o uso industrial com 20% (1.284.194 litros por hora), a aquicultura com 4,8% e a mineração que utiliza cerca de 1,1% do total de água utilizada na RH-I. Essa necessidade traz a responsabilidade de gerir de forma eficiente a água, um bem público natural, essencial e finito.

Para enfrentar o problema, o Colegiado, junto às instituições convidadas, vai debater e fomentar soluções para diminuir as perdas d’agua no abastecimento e nos processos produtivos, tais como: implantação de macro e micromedição, substituição de redes antigas, ações de investigação de vazamentos, entre outros. O evento contará com apresentações sobre Regulação e Novo Marco Legal do Saneamento, palestra sobre Macromedição com Inteligência Artificial e uma roda de diálogo com tema “Gestão aplicada para redução de perdas: experiências na RH-I”. Os participantes também realizarão uma visita técnica à Usina Angra II.


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